Pol Espargaró terminou a corrida de ontem na 18ª posição, longe dos lugares pontuáveis, contrastando com o bom desempenho de Brad Binder e Jack Miller aos comandos da KTM de fábrica.

Ainda assim, o piloto da GasGas afirmou que se estava a sentir bem no warm up desta manhã, concordando, no entanto, com o cancelamento da corrida sprint:

–  É uma pena, eu gosto sempre de pilotar aqui em quaisquer condições. Especialmente hoje de manhã estávamos muito rápidos, a moto estava a trabalhar muito bem. Nos oito primeiros estavam quatro KTM, duas GasGas e duas KTM e estávamos muito rápidos e as sensações eram muito boas, por isso eu estava mesmo à espera desta corrida à chuva, mas sim, no fim do dia é como digo, segurança primeiro.

O #44 explicou ainda o que torna Phillip Island um traçado tão complicado de pilotar, principalmente com condições mais adversas, comparando mesmo com outros circuitos do calendário, nomeadamente o de Barcelona:

– Acho que aqui em Phillip Island é uma combinação, que termina com um mau resultado no final, porque a pista não é muito larga e as velocidades neste lugar são muito, muito rápidas, como na primeira curva. Há muitos locais onde a velocidade é muito elevada e depois tens o vento. Eu diria que se houver vento no circuito de Barcelona, não será grande problema porque a pista é um pouco mais larga e não há curvas tão rápidas. Não é uma crítica, é o que é. Eu gosto mesmo de pilotar neste circuito, adoro este local, mas é também uma realidade que quando aparece vento, num traçado que já é desafiante, com vento é impossível, por isso, é uma pena porque é um local fantástico e acho que todos os pilotos de todas as categorias se divertem aqui e querem cá vir correr.

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Depois da troca de horários da corrida sprint com a corrida longa, era esperava o cancelamento da corrida sprint este domingo, depois de todas as previsões apontarem para condições muito complicadas para os pilotos, e após uma corrida de Moto2 muito complicada.

Ainda assim os pilotos falaram aos jornalistas e Raul Fernández foi um dos defensores do cancelamento da sprint de hoje, afirmando que as condições não estavam reunidas para que se realizasse a sprint, apesar de no warm up a situação meteorológica ter estado estável:

– No meu caso, acho que tomaram a decisão correta, porque esta manhã a pista não estava tão má, o vento estava estável. O problema foi durante a corrida de Moto2, o vento começou a subir, era demasiado agressivo. Viste muitas quedas, por isso para mim, eles tomaram uma boa decisão.

O #25 da CryptoDATA RNF Aprilia disse ainda que a troca de horários foi unanime entre os pilotos, já a antecipar que no domingo seria impossível de correr:

– Foi por essa razão (condições meteorológicas) que tentamos de tudo para que a corrida longa fosse ontem, porque sabíamos que havia a possibilidade de não haver a sprint, estava na cabeça de toda a gente, por isso foi uma boa decisão.

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Maverick Vinales mostrou bom andamento durante a sexta-feira e primeiro dia do GP da Austrália, mas não conseguiu refletir isso na tabela de tempos da Q2, qualificando apenas em 9º para a corrida longa, e eventual sprint.

Em debrief após a corrida longa, o piloto da Aprilia revelou que o seu ritmo foi o mesmo de ontem, mas os seus rivais conseguiram aumentar a fasquia, algo que o #12 não conseguiu acompanhar. Ainda assim, Vinales afirmou que sabia das dificuldades que iria passar, desde ontem:

– Eu fui o mesmo de ontem, honestamente rodei nos mesmos tempos por volta, não abrandei, simplesmente os adversários foram mais rápidos. Honestamente eu sabia desde sexta, assim que perdi 0.3s no setor 4, significa que não tens tração, por isso foi duro, uma corrida dura. Eu tentei controlar o derrapar do pneu, mas de qualquer forma o pneu caiu logo desde muito cedo. Foi difícil, mas neste momentos difíceis é onde precisas de te tornar mais forte e pensar em frente. Amanhã temos uma nova corrida e é uma oportunidade para perceber as coisas para o próximo ano. Por isso se conseguirmos ganhar algo amanhã no warm up e na corrida, vamos ter coisas positivas para o próximo ano. Honestamente não estou desapontado, porque desde sexta-feira que sabia que ia ser uma pista muito difícil para nós, mas claro que quero sempre mais, quero sempre vencer isso é claro. Os rapazes deram tudo, eu dei tudo, e hoje este foi o nosso nível.

“Top Gun Maverick” falou ainda sobre a escolha de pneus para o dia de amanhã, afirmando que espera ser mais competitivo, num circuito que muitos dizem ser a especialidade do piloto da Aprilia:

-Com o pneu macio vou ser mais competitivo porque tens mais aderência, por isso basicamente balanceia as coisas, vamos ver. É uma corrida curta, mas podemos fazer um bom resultado. Vamos ver se corremos, em primeiro lugar. (…) Eu sei, e nos pontos onde a moto está a funcionar bem, eu consigo fazer a diferença para os outros. No setor 3 fui rápido, o que significa que tenho algo de especial nesta pista, apenas não o consigo fazer com esta moto. É o que é. Eu não gosto, quero ser primeiro, mas nesta pista a moto não está no seu melhor e temos de entender e aceitar. Claro que eu quero mais. Quero mais claro, mas não posso pedir mais aos rapazes que dão 100% durante o fim-de-semana.

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Jack Miller teve um início de fim-de-semana bastante promissor no seu circuito caseiro, mas acabou por qualificar apenas na 8ª posição esta manhã, conseguindo terminar a corrida uma posição acima, no 7º posto.

Em declarações no final da corrida, o piloto australiano afirmou sentir-se bem durante a prova, mostrando ter sido complicado gerir os pneus durante a corrida:

– Senti-me bem com a corrida. Queríamos um pouco mais, mas era aquilo que tínhamos hoje. Senti-me razoavelmente forte durante todo o fim de semana, principalmente no miolo do circuito, no setor 2 e 3 sentia-me bem. O último setor, principalmente na corrida estava a tentar controlar a traseira na saída da curva 11 e 12, mas eu estava com alguma falta de suporte na dianteira e não fui capaz de deixar moto solta durante a curva como gostaria e estava algo lento na entrada de curva e depois tinha de ser algo lento na saída para não dar cabo do pneu traseiro.

Miller concordou ainda como seu colega de equipa no que diz respeito ao ar frio e à influência disso mesmo no pneu dianteiro:

– Definitivamente os comentários do Brad são os meus, sobre o ar fresco no pneu dianteiro e estar no cone de ar, como algo que faz a diferença. Mas no geral foi positivo. Vamos ver o que conseguimos fazer amanhã, espero na corrida Sprint. (…) O pneu continuava a ficar cada vez mais frio e definitivamente isso ajudou a manter a temperatura do pneu quando o (Alex) Márquez e o Aleix (Esparagaró) me passaram no final da corrida.

Por fim, o #43 mostrou-se esperançoso na alteração das condições meteorológicas para amanhã, esperando assim que seja possível realizar a corrida sprint:

– Sinto-me triste pelos fãs australianos, mas este é o risco de correr aqui. Tivemos o melhor local para corridas de motos nos últimos três dias, mas a ironia disso é que também vira muito rápido. Por isso é fazer figas. Estamos todos a entrar demasiado em pânico, mas pode ser que aconteça o típico em Phillip Island e aconteça exatamente o oposto do que está previsto, mas vamos ter de esperar para ver.

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A KTM mostrou excelente ritmo desde o primeiro dia na Austrália, com os pilotos da equipa oficial e da GasGas a conseguirem ocupar posições cimeiras na tabela de tempos desde cedo. Hoje, na parte da manhã, Brad Binder conseguiu mesmo qualificar em 2º, numa qualificação dominada por Jorge Martin.

Já na corrida, Binder acabaria por terminar na 4ª posição, depois de uma enorme luta nas voltas finais. Em declarações após a corrida, o piloto sul-africano afirmou estar algo desapontado por ter a sensação de que poderia ter feito um pouco mais:

– Hoje correu tudo muito bem até três voltas do final. Eu acho que tive uma excelente qualificação, a melhor que tive no MotoGP, por isso estava feliz por estar na linha da frente. Muito fixe não ter ninguém à tua frente, não consegues isso muitas vezes. Isso foi fantástico. Quanto à corrida eu senti-me bem, eu estava mesmo a tentar guardar o pneu o mais possível. Quando eu percebi que o Di Giannantonio me podia passar, comecei a defender em demasia, principalmente no último setor, por isso quando o comecei a seguir e percebi o quão rápido podia ser sem colocar muito mais esforço no pneu, dei novamente um passo. Consegui ver o Jorge (Martin) a voltar até nós, por isso estava um pouco entusiasmado e focado nisso, não estava necessariamente a pensar que tinha 4 pilotos atrás de mim. Depois quando o Zarco me passou, levantei um pouco a moto e foi o suficiente para eles me passarem e depois não consegui recompor-me para passar alguém até ao final. Por isso foi um pouco complicado no final, mas 4º é 4º, são bons pontos e um bom final, mas tenho pena pela minha equipa porque podíamos ter feitio um pouco mais hoje.

Brad Binder referiu ainda que ficou surpreendido com o ritmo de Jorge Martin com o pneu macio, mostrando-se agradado com a evolução da sua KTM e a proximidade com as Ducati:

– Assim que nos colocámos na grelha eu vi a linha branca no pneu (do Martin) e percebi que ele tinha escolhido o macio, por isso sabia que ia ser quase impossível acompanhá-lo no início. Tinha de deixá-lo ir. Ele manteve um ritmo insano até provavelmente faltarem 10 voltas. Foi a primeira vez que vi que estava a estabilizar. Ele fez um excelente trabalho ao manter o pneu macio por uma duração tão longa, porque eu acho que nós íamos perder muito mais cedo. Hoje adorei correr, especialmente em boas condições como hoje. Vamos ver amanhã. (…) Eu acho que não estamos muito longe, estamos muito perto. Para mim, claramente no fim eles tinham mais aderência do que nós (pilotos Ducati), mesmo que tenha notado isso no meu pneu o tempo todo, eles tinham ali algo extra. De qualquer forma acho que era expectável porque somos sempre um pouco mais agressivos com os pneus do que alguns dos nossos adversários, por isso, no geral acho que foi um dia positivo. No ano passado não restava nada do pneu e hoje cheguei ao final mais competitivo.

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Jorge Martin liderou da primeira à última volta, mas foi exatamente aí, na última volta que o 2º classificado do campeonato cedeu a liderança da prova ao seu companheiro de equipa Johann Zarco.

Sendo o único no grupo da frente com o pneu macio traseiro, ficou claro que Jorge Martin estava com dificuldade em gerir o composto escolhido para a roda de trás. Em debrief, Jorge Martin mostrou-se conformado com o resultado da corrida, assumindo que foi uma escolha 100% sua colocar um composto diferente dos restantes na traseira:

– Sim, tão perto. Claro que agora é muito fácil de perceber qual seria a melhor escolha, mas foi a minha opção a100% ir com o pneu macio (na traseira) eu tentei e não resultou, mas estou feliz com o meu desempenho. Penso que pilotei de forma muito suave, muito boa. Tentei ser bastante gentil com os pneus, mas no fim não resultou. É uma aprendizagem para o futuro. (…) Eu acho que a sete voltas do final foi o momento que vi que estava em apuros, porque que eles estavam a apanhar-me cerca de 4 décimas por volta, mas eu estava a puxar muito, mas não conseguia acelerar a direito. Eu conseguia travar e ter alguma velocidade em curva, mas não conseguia ter potência e aderência traseira. Eu simplesmente tentei terminar o melhor que pude e isso foi a 5ª posição.

O #89 afirmou ainda que perdeu a esperança de defender a liderança, logo na curva 2 na última volta, quando percebeu que os seus adversários estavam já extremamente perto, afirmando ainda que ficou feliz com a vitória de Zarco e que o campeonato continua aberto:

– Eles recuperaram 0.4s na penúltima volta, por isso eu tinha meio segundo, por isso achei que talvez fosse conseguir, mas assim que que saí da curva 2, eu vi que eles estavam muito perto. Eu tentei fechar na curva 4, mas o Zarco estava focado e pronto para a vitória, e quero dar-lhe os parabéns. E depois eu tenti não cair e acabar na 5ª posição foi o máximo que consegui. (…) Certamente ele mereceu a vitória e estou muito contente pela equipa e por ele. Agora acho que estamos muito próximos no campeonato de equipas, acho eu. Por isso é um ponto positivo, mas eu queria outro. Ainda depende de mim, por isso tenho de ser inteligente e não cometer estes erros.

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Ayumu Sasaki garantiu o regresso às pole position no Moto3 hoje na Austrália e no final mostrou a sua felicidade por regressar a estes resultados.

‘Foi uma boa qualificação e junto com o meu colega de equipa fizemos um bom trabalho. Eu tenho-o a ele e ele a mim, fizemos uma boa volta. Estava bastante ventoso, mais do que agora mas fiz uma boa volta. Faltou-nos a pole position de há algumas corridas para cá, conseguimo-lo e estou muito contente’, fez saber o piloto aos microfones do MotoGP no parque fechado.

Sasaki é segundo no campeonato com 193 pontos, enquanto Jaume Masiá lidera com 209.

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